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Menos Eu
03:52
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Observo as formigas
No tapete do meu quarto
Carregam às costas as migas
Que matei da última vez que fiquei farto
Delas
Será que elas têm culpa?
Ou fui eu que as convidei?
Será que o meu conceito de culpa
Foi manchado pelo que não falei?
Observo o meu reflexo
E já não me consigo reconhecer
Muitas noites de excesso
Mas eu não quero desaparecer
Às vezes não consigo dormir
Às vezes não consigo escrever
Tentei fazer um malha
Mas acabei com uma música que faz adormecer
Toda a gente
Menos eu
Eu excluo-me da equação
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2. |
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3. |
Bem-vindos a Santo Tirso
02:26
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Bem-vindos a Santo Tirso
O comboio já vai parar
Sim, só uma linha é que está activa
Mas passa o Alfa, por isso...
Bem-vindos a Santo Tirso!
A jóia do Ave!
Lar dos jesuítas
E dos limonetes para os hipsters
Bem-vindos a Santo Tirso
Bem-vindos a STS
Santo Tirso ConVida
Mas morreu em 2007
Quando eu cá naufraguei pela primeira vez
Ninguém me deu as boas-vindas
Ninguém quis saber
Por isso agora
Dou-as a vocês
Vêm de mãos dadas em pares de três
Bem-vindos sejais vós
Deixem-me ouvir a vossa voz
Santo Tirso tem uma cena musical
Algumas bandas daqui não se safaram nada mal
Santo Tirso
Até tem as Festas de São Bento!
Agora vou-vos mostrar um truque de magia
Por isso estejam atentos
Bem-vindos a Santo Tirso
O comboio já passou
Só há às dez e picos
Já tudo o vento levou
Bem-vindos a Santo Tirso
Também acordaste às seis da manhã?
Tenho pena de ti
Se tiveres pena de mim também
Bem-vindos a Santo Tirso
Vamos beber um copo ao Carpe
Deves estar cansado
Há quanto tempo 'tás acordado?
A Sra. Rotina já te pegou a doença
Mas eu tenho um bom antibiótico
Mete os fones nos ouvidos
Entra no meu mundo sónico
Não tenhas medo de meter o volume ao máximo
Já sabes o discurso do pica
E não conheces ninguém nesta carruagem
Mas por amor à Santa
Não te esqueças do telefone
Ainda matas alguém
Ou pior
Ficas ciente
Do que te rodeia!
Qual foi a ideia de te sentares ao pé da velha?
Ela não se vai calar
E não te vai largar
"Pareces o meu netinho!"
Ó vó, deixe-me em paz!
Diz adeus a Santo Tirso
Daqui a pouco estás no Porto
Quarenta minutos passam rápido
Quando tens o cérebro em piloto automático
Diz adeus a Santo Tirso
São horas de fechar os olhinhos
As pálpebras 'tão a pesar
Sabia bem agora um soninho
Ou será que já tás a sonhar?
Nem consegues perceber, seu cabeça-no-ar!
Puseste o telemóvel a carregar?
Espera
Tu chegaste sequer a acordar?
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4. |
4780-4306
03:55
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Ciclos de sono
Interrompidos e partidos
Estes ciclos de sono
Eu acordo destruído
Com estes ciclos de sono
Sinto-me mesmo aborrecido
Ciclos de sono
4 7 8 0
4 3 0 6
Abro os olhos
Vejo o tecto do meu quarto
Fecho os olhos
Já me começo a sentir farto
Abro os olhos
Dois minutos p'ró comboio
Fecho os olhos
Dez minutos p'ró comboio
Fecho os olhos
Abro os olhos
Abro os olhos
Fui chamado à atenção
Fecho os olhos
É como uma prisão
Vejo o tempo a passar
De três em três horas
O ponteiro sempre a rodar
O ponteiro das horas
Passo o dia a sonhar
Com a minha almofada
Mas quando a volto a encontrar não sinto nada
Abro os olhos
'Tás mesmo à minha frente
Fecho os olhos
Já te sou indiferente
Abro os olhos
Tudo mudou de novo
Fecho os olhos
Estrelo o meu ovo
Abro os olhos
Uma nova oportunidade
Fecho os olhos
Afogo-me na cidade
Às vezes fecho os olhos
Durante algumas horas
E sonho com aqueles campos de amoras
E lá te vejo
A sorrir
O perfume que deixaste nos meus lençóis
É o cheiro dos meus sonhos e das minhas ambições
Quando abrir os olhos amanhã de manhã
Quero-te ao meu lado quando chegarmos a Campanhã
Vejo a vida a passar
De três em três horas
Não páro de me queixar
Do ponteiro das horas
Passo o dia a sonhar
Com a minha almofada
Mas quando a volto a encontrar não sinto nada
Vejo a vida a passar
De três em três horas
O ponteiro o ponteiro
O ponteiro das horas
Passo o dia a sonhar
Com a minha almofada
Mas quando a volto a encontrar não sinto nada
Quando a volto a encontrar não sinto nada
Já não sinto nada
Quando volto a encontrar os meus
Ciclos de sono
Interrompidos e partidos
Os meus ciclos de sono
Ciclos de sono
Eu acordo destruído
Com estes ciclos de sono
Com estes ciclos de sono
Sinto-me mesmo aborrecido
Com estes ciclos de sono
Com estes ciclos de sono
Com estes ciclos de sono
Interrompidos e partidos
Estes ciclos de sono
Estes ciclos de sono
Estes
Ciclos de sono
Ciclos de sono
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5. |
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Foi a noite em que conseguiste alcançar
O ardor nunca visto do luar
Nessa noite estavas cego de amor
E apego e licor
E de muitas outras coisas
Que nem consegues recordar
Só te lembras mesmo daquele olhar
"Hoje serás minha"
Era o que pensavas
Quantas vezes disseste isso
E à noite choravas?
(Será que é amor?)
(Ou será que é só luxúria?)
(Nunca ter provado o sabor)
(Causa muita fúria)
Hoje sentias que era derradeiro
Mas já sabias que não eras o primeiro
Horas passavam
E não te largavam
A fada verde nos teus olhos pesava
Desta forma nunca vais saber
O que é que vais acabar por fazer ou
Se te vais arrepender
Nunca te arrependas dos teus instintos
Foi nesta noite
Que sentiste a brisa
Entre vocês os dois
A cortina já tinha sido rompida
Foi nesta noite que tu
Seguiste em frente
Não sabes se te perdeste
Porque não estavas atento
(Será que é amor?)
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6. |
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Não sei com quem errei
Não sei com quem falei
Sei o que fiz bem
E não foi assim tão bem
(Não)
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7. |
Já Não Sabes
03:25
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Já não sei escrever canções
Já não sei o que é rock and roll
Há demasiado tempo que não bebo um fino ao sol
Já não sei o que é não ter despertador
Já não sei o que é o lazer de um não-trabalhador
Há demasiado tempo que não pego num lápis de cor
Será que eu matei a rotina?
Ou foi a rotina que me matou?
Será que eu já quero morrer?
Ou será que o alarme ainda não tocou
Eu só sei que nada sei
E nunca nada saberei
Já sei o que é sentir-se velho
Já sei o que é olhar para o espelho
E não saber quem me olha do outro lado
Do outro lado
Já sei o que é estar do outro lado
Já sei o que é ser o malvado
Que estraga o futuro dos que me hão de suceder
Será que eu matei a rotina?
Ou foi a rotina que me matou?
Será que eu já quero morrer, logo de manhã?
Ou será que o alarme ainda não tocou?
Eu só sei que nada sei
E nunca nada saberei
Eu nunca
Eu nunca
Eu nunca
Eu nunca vou morrer!
Sem dizer tudo o que tenho p'ra dizer!
Nós nunca vamos morrer!
Se não fizermos tudo o que temos a fazer!
Eu nunca vou morrer!
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8. |
Quimwave (Interlúdio)
02:18
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*unironically vap[orwav]es ironically*
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9. |
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Fim da linha, fim de transmissão
Porque é que largaste quando lhe agarraste a mão
Fim da linha da minha língua
Não há espaço p'ra palavras quando a lua minguante
Se torna desesperante e ficas sem ar
O que é que aconteceria após sufocar? Sem vida
Era como ficava
Não atiraste a bóia enquanto se afogava
Que diferença faz agora? Pega na pistola
Lá fora os putos jogam à bola
Roubam maçãs, roubam beijos
Roubam corações, roubam desejos
Entretanto cá dentro o aborrecimento conduz o carro
Apatia escondida com máscaras de barro
Dá-te o cabo AUX e diz p'ra tocares a tua música preferida
Mas escondes a canção da tua vida
O rádio fala e conversa contigo
O diálogo rapidamente torna-se aborrecido
Despachas a conversa com uma desculpa inventada
Reparas que a ligação já foi quebrada
Fim de transmissão, rádio interrompido
Não disseste tudo o que era preciso
Para te assegurares do final feliz
Engoliste as palavras com o sangue do nariz
Sentes-te fraco quando te sentes forte
Passas o tempo a esperar pela morte
Sentes-te fraco quando te sentes forte
Segues a bússola no rumo ao norte
A morte chega quando chegar
Não tentes a tua sorte ao tentá-la apressar
E quando chegar não será hoje por isso
Tranca a porta e alimenta o teu vício
Letras voam na tua cabeça a mil à hora
Tás cheio de pressa para te ires embora desta festa aborrecida
O teu próprio infanticida foste tu próprio
Que cortaste a ligação num frenesim de ópio
Ideias fogem por entre os teus dedos
A caneta perde a tinta e ganhas novos medos
Fim de linha, fim de transmissão
Acabou a brincadeira, acabou a diversão
Fim de transmissão, rádio interrompido
Foste obrigado a ser o mais crescido
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10. |
Balada do Jacal
03:35
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Encontrei o jacal ao tocar das oito e meia
Cheirou-me os pés e uivou para a lua cheia
Seguiu-me até casa e parou no portão
Atacou o guarda e mordeu-me a mão
E eu alimentei-o com os meus erros e arrependimentos
E ele comeu tudo e quis repetir sem agradecimento
E eu, colhi o trigo mesmo fora de época
Não senti o terramoto mas assustei-me com a réplica
E vi o fantasma e vi a viúva
E bebi o vinho sem pisar a uva
E fui o fantasma e fui a viúva
E cortei-lhe o pescoço e deixei a luva para trás!
Para trás!
Perdi a minha sombra ao entrar na ruína
O ar sabia a enxofre e cheirava a urina
O relâmpago estrondou só para me assustar
E o cão ladrou mas deixei-o para trás!
Para trás!
Nas raízes da árvore
Vi a serpente
Entre as suas mordidas
Caíu-lhe um dente
E eu usei-o para cortar a luz da noite
Mas cortei o meu peito e o meu sangue foi-se
(O jacal reapareceu ao tocar das duas e um quarto
Apanhou-me com a boca na botija e eu a ele no acto
Mordi-lhe a pata e o seu sangue embriagou-me
Uivei à lua e a sua luz negra cegou-me)
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11. |
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12. |
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Ao voltar para a minha caverna
Oiço música
A germinar na minha terra
Vejo fotos e fotos
De caixotes do lixo
Vejo outros tipos
Vejo gajos fixes
Estes putos estão sempre a crescer
E eu fico mais velho
Mas sem nunca esquecer
A minha idade da parvoeira
Finjo sempre que acabou
Depois de uma garrafa de cerveja
E ao sair da minha gruta
Acordo para a vida
Com a certeza absoluta
De que esta cidade
Ainda tem futuro
Mesmo ao meu lado
Atrás daquele muro
Tu consegues, meu rapaz
Sei o que tens em mente
Beija lá a moça
Para seguires em frente
És bom rapaz
E és diferente
Nem admites que és
Melhor que toda a gente
(e o ciclo/circo continua)
Vejo o sol nascer
Pela janela do comboio
A minha vida a passar
E eu não fico mais novo
Ei miúdo
Aproveita a vida
Qualquer dia olhas p'ra trás
E já acabaste a corrida
Não devo ser fatalista
Mas...
*sigh*
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13. |
Malhas
17:00
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Sentas-te a escrever e encontras o teu pior inimigo
Achavas que já tinhas crescido
Mas há coisas que nunca passam
Tentas pensar numa ideia engraçada
Que tal uma parede a ser derrubada
Mas a originalidade é escassa
Tocas as tuas malhas
E aperfeiçoas as tuas falhas
Enches o teu quarto de tralhas
Mas no fim de contas não vale a pena
Escreves um verso mas não encaixa com o refrão
Acabas por não acabar a canção
Já começam a ser demasiadas
Arranjas uma boa sequência
Genérica o suficiente para não ires à falência
Mas já existem demasiadas
...
Adorei a tua música sobre a guerra
Inspirou-me a levantar e fazer a minha própria
Adorei quando falaste do fadista
Eu também acho que está fora de moda
E se estas malhas forem só um mal entendido
Então eu não quero ser compreendido
O único objectivo da poesia
É ser mal interpretada
A coisa que me causa mais azia
É a mais desejada
... E se as minhas falhas não me redimirem
Então peço-vos para nunca as ouvirem
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O Triunfo dos Acéfalos Santo Tirso, Portugal
O Triunfo dos Acéfalos é um projeto de electro-punk composto por Luís Barreto e Bugs Ferreira, sitiado em Santo Tirso. Junta a ética e a mensagem política do punk às possibilidades infinitas da música electrónica moderna, aliando guitarras, sintetizadores e noise a beats intensos. ... more
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